segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Confiaça


Max Lucado
Eu fico a poucos centímetros de um espelho e vejo o rosto de um homem que falhou... falhou com seu Criador.

Novamente. Prometi que não falharia, mas falhei. Eu fiquei quieto quando deveria ter sido intrépido.
Fiquei acomodado quando deveria ter tomado uma posição.

Se esta tivesse sido a primeira vez, seria diferente. Mas não foi. Quantas vezes uma pessoa pode cair e esperar ser pega?

Confiança. Por que é fácil dizer aos outros e tão difícil de lembrar a si mesmo? Deus pode lidar com a morte? Eu disse à mulher que sim. Deus pode lidar com dívidas? Eu me aventurei igualmente com o homem. Deus pode ouvir ainda mais uma confissão destes lábios?

Pergunta o rosto no espelho.

***

Eu sento a poucos centímetros de um homem no corredor da morte. Judeu por nascimento. Fabricante de tendas por profissão. Apóstolo por chamado. Seus dias chamam a atenção. Tenho curiosidade para saber o que dá força a este homem enquanto ele se aproxima de sua execução. Então faço algumas perguntas.


Você tem família, Paulo? Não tenho nenhuma.

E sobre sua saúde? Meu corpo está surrado e cansado.

Quais são suas posses? Eu tenho meus pergaminhos. Minha caneta. Uma capa.

E sua reputação? Bem, não é muita coisa. Sou um herético para alguns, um excêntrico para outros.

Você tem amigos? Tenho, mas até mesmo alguns deles voltaram atrás.

Alguma recompensa? Não na Terra.

Então o que você tem, Paulo? Sem pertences. Sem família. Criticado por alguns. Ridicularizado por outros. O que você tem, Paulo? O que você tem que importa?


Eu sentei silenciosamente e assisti. Paulo fecha sua mão em um punho. Ele olha para o punho. Eu olho para o punho. O que ele está segurando? O que ele tem?


Ele estende sua mão e eu consigo ver. Enquanto eu me inclino para frente, ele abre seus dedos. Eu fito sua palma. Está vazia.


Eu tenho minha fé. É tudo que tenho. Mas é tudo que preciso. Eu guardei a fé.


Paulo inclina-se para trás na parede em sua cela e sorri. Eu me inclino para trás em outra parede e olho fixamente para o rosto do homem que aprendeu que há mais vida do que os olhos enxergam.



Isso é fé. Fé é confiar no que os olhos não conseguem ver.



Os olhos vêem o leão vagando. A fé vê o anjo de Daniel.



Os olhos vêem tempestades. A fé vê o arco-íris de Noé.



Os olhos vêem gigantes. A fé vê Canaã.



Os seus olhos vêem as suas falhas. Sua fé vê o seu Salvador.



Os seus olhos vêem a sua culpa. Sua fé vê o Seu sangue.



Os seus olhos vêem a sua sepultura. Sua fé vê uma cidade da qual o Construtor e Criador é Deus.



Os seus olhos olham para o espelho e vêem um pecador, um fracassado, um quebrador de promessas.
Mas pela fé você olha para o espelho e vê um pródigo recebendo o anel da graça em seu dedo e o beijo do seu Pai em seu rosto.


Mas espere um minuto, alguém pede. Como eu sei que isto é verdade? Boa prosa, mas me dê os fatos.
Como eu sei que estas não são apenas esperanças imaginárias?



Parte da resposta pode ser encontrada nos pequenos saltos de fé da Sara. Sua irmã mais velha, Andrea, estava na sala observando, e eu perguntei para a Sara se ela pularia para a Andrea. Sara recusou. Tentei convencê-la. Ela não mudaria de opinião. “Por que não?”, eu perguntei.

“Eu só pulo para braços grandes”.

Se acharmos que os braços são fracos, nós não pularemos.

Por essa razão, o Pai flexionou Seus músculos. “A incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos”, Paulo ensinou. “Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (Ef 1:19- 20).


Da próxima vez que você se perguntar se Deus pode pegá-lo, leia esse versículo. Os mesmos braços que venceram a morte são os braços que esperam por você.

Da próxima vez que você se perguntar se Deus pode perdoá-lo, leia esse versículo. As mesmas mãos que foram pregadas na cruz estão abertas para você.


E da próxima vez que você se perguntar se você sobreviverá ao pulo, lembre-se de mim e Sara. Se um pai de carne e osso como eu pode pegar seu filho, você não acha que o seu Pai eterno pode pegá-lo?

Notas: Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques Almeida Texto original extraído do site www.maxlucado.com Fonte: www.irmaos.com/maxlucado/?id=1270

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