quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Há amigos mais chegados que irmãos...


Fabrício Carpinejar, não o conheço, mas é autor de um texto muito verdadeiro sobre amizade.


Amigo é aquele que conhece tuas dores e não quer tocá-las...
Que não te tortura com os teus defeitos.
Que te perdoa por não ser como ele. Aliás, que te agradece por não ser igual a ele.
O amigo é aquele que tem todos os motivos para desistir de você e não desiste.
Você fez por merecer a separação. Exagera. Afastou o abraço, gritou que ele não o compreende. Mas o amigo entende até na incompreensão. Aguarda entender.
É bom ter um amigo que não fala por mim, mas que fala através de mim.
Que não me renuncie quando já desisti.
Que me lembre de não desistir. Que seja insistente como o esquecimento dos velhos.
Que desperte o meu humor no desespero, que se desespera com a ausência de notícias.
O amigo do primeiro desejo, não do último.
Quero um amigo que não fuja na primeira ofensa, que não se isole ofendido num canto, amarrado no orgulho, condicionado às palavras.
Não quero um amigo que me ofenda porque não atendi suas expectativas. Amigo não tem expectativa, tem esperança.
O amigo vai procurá-lo não sendo necessário. Vai aumentá-lo enquanto está diminuído e vai diminuí-lo para preveni-lo da ambição.
O amigo dirá as verdades por respeito, não se eximirá de opinar, tudo com zelo e contenção. Não abandonará a corda da pandorga ainda que ela sirva de fio telefônico para chuva.
Tive amigos que se fecharam, desapareceram, que me trocaram por uma fofoca, que chegaram à porta e recuaram ao portão.
Esses amigos não foram amigos, se é amigo só depois da amizade. Depois de sofrer com a amizade.
O amigo é como um irmão, que se briga feio, se discute aos pontapés e palavrões e volta a se falar. Volta a se falar porque é irmão.
O amigo sempre volta. Pensando bem, não volta, nunca saiu do lugar.
Ele é a rua que atravesso para chegar em casa...

Um comentário:

~kamila Chianca disse...

Olá.. gostei muito do texto!
parabéns pelo blog.
=]]