quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Peixes


Parábola dos Peixes
Thiago Azevedo

"E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no." Mateus 4.18-22

Quando se trabalha com educação cristã, você deve estar aberto a todas as possibilidades que lhe ensinem também, numa das aulas que estava ministrando na Escola Bíblica Dominical, preparei uma dinâmica que havia participado numa Jornada Ecumênica em Mendes em 2005 e achei bastante estimulante aplicá-la em sala de aula, dividi em duas etapas e a próxima que finalizará a reflexão ficará para a próxima aula, mas essa em especial me levou a pensar numa parábola ou mitologia da evolução dos peixes. A dinâmica acontecia da seguinte forma. Entregava vários peixes de papel em branco, para que os alunos escrevessem suas experiências com Deus e depois trocassem uns com os outros para que todos lessem e assim todos puderam conhecer a história de cada um e também ver que a relação com o sagrado não pode ser normatizada, pois todos se relacionam com ele de forma individual e única. O livro que estamos estudando é o livro de Atos dos apóstolos.

Essa dinâmica me levou a escrever o seguinte texto:

"Certa vez um cardume de peixes do mar estavam em uma grande conversa sobre o futuro e seus desejos. Até que em um dado momento um deles falou: "Quero continuar no oceano e viver a nadar sem rumo". Outro logo afirmou: "Quero sair do mar e ser um lindo peixe dentro do aquário e ser admirado por todos, por causa da minha beleza". E o terceiro afirmou que queria evoluir, mas não sabia como, mas de uma coisa tinha certeza, queria fazer algo realmente importante.

Passado alguns dias daquela conversa, eles nadavam alegremente até que certo ponto os três viram uma rede e o que queria ficar no oceano disse que não iria. O que queria ir para o aquário ficou com medo e desistiu e o que queria evoluir falou para os outros dois: "Não sei o que vai acontecer, mas creio que essa é a oportunidade que precisava para fazer algo importante", então foi em direção as redes.

Ele mergulhou e foi pesacado e viu que sua vida estava prestes a mudar radicalmente, pois estava sem ar e próximo de morrer e neste momento tão difícil pensou: "Como posso evoluir assim? Como posso fazer algo realmente significativo se estiver morto?". E assim se sucedeu, o peixe havia morrido no barco e foi encaminhado a uma feira que se localizava no porto.

Numa determinada hora do dia, um menino comprou aquele peixe junto com outros dois peixinhos e mais cinco pães. Aquele menino se dirigia a um monte, onde havia um homem que falava e era conhecido por fazer maravilhas em nome de Deus.

Nesse local havia um grande número de pessoas e como estavam longe de qualquer local, não queriam sair dali para buscar comida, pois desejavam ardentemente ouvir aquele homem, assim, todos estavam com muita fome, mas não havia comida. Então aquele menino chegou até aquele homem e disse: "Eu ofereço meus três peixes e cinco pães que acabei de comprar na feira do porto, para que o senhor alimente quantos puder".

Então aquele homem pegou amorosamente aquela oferta de sacrifício do menino, pois ele ficaria também com fome e Ele o abençoou e olhou para a oferta em especial a um peixinho, pois conhecia os pensamentos e viu que naquela oferta estava o peixinho que queria fazer algo importante e lhe disse: "Ouvi o que você desejou pequeno peixinho e mesmo sendo pequeno, Deus o fará grande, pois vou atender o seu pedido. Você fará algo muito importante através do seu sacrifício e hoje evoluirás de peixe, para pescador de homens, pois na medida em que alimentares a cada um destes que me ouvem, serás um com eles nesta missão e através desse ato, evoluirás e viverás através deles".

E assim foi feito com aquele peixinho, que se multiplicou e saciou a fome de todos aqueles que estavam no monte e foi um com eles, pescando pessoas e saciando a fome de todos, a fome de Deus. E com isso, o desejo daquele peixinho fora atendido pelo Pai, mas para isso, precisou se sacrificar para o mar e experimentar uma nova vida nas mãos daquele que multiplica as possibilidades para se fazer algo realmente grande para as pessoas e com isso aquele peixinho se fez menor para poder crescer e se multiplicar diante daquela multidão."

Os peixes representam o que nós somos diante de Deus, muitas vezes nos restringimos a ficar no oceano nadando com o cardume, sem a possibilidade de fazer nada pelas pessoas, apenas seguindo o bando sem a possibilidade de refletir sobre a vida e nem sequer olhar para além do oceano e também na nossa ânsia por atenção, queremos viver num aquário, fazendo apenas espetáculo para ser admirados pela nossa beleza, esse aquário muitas vezes representa a igreja, com sua pompa e nossos cultos cheios de glamour, mas sem vida. 
Essa parábola representa a necessidade de atendermos ao chamado do grande pescador, para sermos peixes que alimentam multidões, nos colocar nas mãos daquele que cria a possibilidade, que não estava no aquário, mas no monte com os que precisam, com os que necessitam de alimento.

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  Na rede, morto para suas vontades, mas usado por Deus.

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