segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ÉCA!!!! :(




O homem é – éca
(Max Lucado)

Bob amava fazer as pessoas felizes. Bob vivia para fazer as pessoas felizes. Se as pessoas não estavam felizes, Bob não estava feliz. Então, todos os dias Bob saía para fazer as pessoas felizes. Não era uma tarefa fácil, porque o que deixa algumas pessoas felizes deixa outras pessoas bravas.

Bob vivia em uma terra onde todos usavam casacos. As pessoas nunca tiravam seus casacos. Bob nunca perguntou Por que? Ele só perguntava Qual? “Qual casaco eu devo usar?”

A mãe de Bob amava azul. Então, para agradá-la, ele colocou um casaco azul. Quando ela o visse vestindo o casaco azul ela diria, “É, Bob! Gosto muito quando você usa azul.” Então ele usou o casaco azul todo o tempo. E, enquanto ele não saía de casa e só via sua mãe, ele ficava feliz e ela dizia, “É, Bob” mais e mais vezes.

Bob cresceu e foi trabalhar. No primeiro dia de trabalho ele levantou cedo e colocou seu melhor casaco azul e andou pela rua.

A multidão na rua, entretanto, não gostava de azul. Gostavam de verde. Todos na rua usavam verde. Cada vez que ele passava, todos olhavam seu casaco azul e diziam, “Eca!”

Eca! Era uma dura palavra para Bob ouvir. Ele sentia-se culpado por ser a causa das pessoas falarem “eca”. Ele amava ouvir “é!” Ele odiava ouvir “eca!”

Quando as pessoas viram seu casaco e disseram “eca,” Bob entrou em uma loja de roupas e comprou um casaco verde. Ele o colocou por cima do seu casaco azul e voltou para a rua. “É!’ as pessoas gritavam quando ele passava. Ele sentiu-se melhor por ter feito elas se sentirem melhor.

Quando ele chegou no seu local de trabalho, entrou na sala do seu chefe vestindo o casaco verde. “Eca!” disse seu chefe.

“Sinto muito,” Bob disse tirando rapidamente o casaco verde deixando o azul à mostra. “Você deve ser como minha mãe.”

“Duplo eca!” respondeu o chefe. Ele levantou da cadeira, andou em direção ao armário e pegou um casaco amarelo. “Gostamos de amarelo aqui, “ ele ensinou.

“Como você quiser, senhor, Bob respondeu, aliviado por não ter mais que ouvir seu chefe dizer “eca”. Ele vestiu o casaco amarelo por cima do verde que estava por cima do azul. E então ele foi trabalhar.

Quando chegou a hora dele ir embora, ele trocou o casaco amarelo pelo verde e andou pelas ruas. Um pouco antes de chegar em sua casa, colocou o casaco azul por cima do verde e do amarelo e entrou.

Bob viu que a vida com três casacos era dura. Seus movimentos eram apertados e sempre estava com calor. Também havia vezes que o punho da manga de um casaco apareceria e alguém notaria, mas antes da pessoa dizer “eca”, Bob iria cobri-lo.

Um dia ele esqueceu de trocar de casaco antes de entrar em casa e, quando sua mãe viu o casaco verde, ela ficou roxa de desgosto e começou a dizer, “eca”. Mas antes que ela dissesse, Bob correu e colocou sua mão na boca dela e conseguiu que ela não terminasse a palavra enquanto ele trocava de casaco, depois tirou sua mão e ela disse, “é!”


Foi nesse momento que Bob percebeu que ele tinha um dom especial. Podia trocar as cores com facilidade. Com um pouco de treino, era capaz de tirar um casaco e substituir por outro em questão de segundos. Até mesmo o Bob não entendia sua versatilidade, mas gostava dela. Agora ele podia escolher qualquer cor a qualquer hora e agradar a todos.

Sua habilidade em trocar rapidamente de casacos fez com que alcançasse altas posições. Todos gostavam dele porque pensavam que ele era igual a eles. Com o passar do tempo, ele foi eleito prefeito em toda a cidade.

Seu discurso de aprovação era brilhante. Aqueles que gostavam de amarelo pensavam que ele estava vestindo amarelo, e só sua mãe sabia que era azul. Só ele sabia que constantemente trocava de um para outro.

Não era fácil, mas valia a pena, porque todos diziam “é!”

A vida multicolorida de Bob continuou até que um dia algumas pessoas que gostavam de casaco amarelo entraram enfurecidas em seu escritório. “Encontramos um criminoso que precisa ser executado,” eles falavam, empurrando o homem na direção da mesa do Bob. Bob ficou chocado com o que viu. O homem não estava usando nenhum casaco, apenas uma camiseta.

“Deixem ele comigo,” Bob disse, e aquelas pessoas saíram.

“Onde está seu casaco?” perguntou o prefeito.

“Eu não uso casaco.”

“Você não tem nenhum?”

“Eu não quero um.”

“Você não quer um casaco? Mas todos usam casacos. É, é, é desse jeito que as coisas são aqui.”

“Eu não sou daqui.”

“Que casaco as pessoas usam lá de onde você vem?”

“Não usam casaco.”

“Nenhum?”

“Nenhum.”

Bob olhou para o homem com espanto. “Mas e se as pessoas não aprovarem?”

“Não é a aprovação delas que eu busco.”

Bob nunca tinha ouvido uma declaração como essa. Ele não sabia o que falar. Ele nunca tinha conhecido uma pessoa que não tivesse um casaco. O homem sem casaco falou novamente.

“Eu estou aqui para mostrar às pessoas que elas não são obrigadas a agradar as outras. Estou aqui para falar a verdade.”

Se Bob nunca tivesse ouvido falar a palavra verdade, ele já a tinha rejeitado a muito tempo. “O que é verdade?” ele perguntou.

Mas antes do homem poder responder, as pessoas do lado de fora do escritório do prefeito começaram a gritar, “Mate-o! Mate-o!”

Um tumulto foi formado do lado de fora da janela. Bob caminhou em direção a ela e viu que o povo usava verde. Vestindo seu casaco verde, ele disse, “Não há nada errado com este homem.”

“Eca!” eles gritaram. Bob caiu para trás com o barulho.

Naquela hora as pessoas que usavam amarelo estavam de volta ao escritório. Vendo-as, Bob trocou de casaco e apelou, “O homem é inocente.”

“Eca!” eles disseram. Bob cobriu seus ouvidos.

Ele olhou para o homem e perguntou, “Quem é você?”

O homem simplesmente respondeu, “Quem é você?”

Bob não sabia. Mas de repente ele queria saber. Naquela hora, sua mãe que ficou sabendo daquilo tudo, entrou no escritório. Sem perceber, Bob mudou para azul. “Ele não é um de nós,” ela disse.

“Mas, mas...”
“Mate-o!”

Um temporal de vozes veio de todas as direções. Bob de novo cobriu seus ouvidos e olhou para o homem sem casaco. O homem estava em silêncio. Bob estava atormentado. “Não posso agradá-los e deixar você livre!” ele gritou por causa dos gritos.

O homem estava em silêncio.

“Não posso agradar você e eles!”

O homem ainda estava em silêncio.

“Fale comigo!” Bob ordenou.

O homem sem casaco disse uma palavra. ”Escolha.”

“Não posso!” Bob declarou. Ele levantou suas mãos e gritou, ‘Levem-no, eu lavo minhas mãos.”

Mas mesmo Bob sabia que não escolhendo ele fez uma escolha. O homem foi levado embora e Bob ficou sozinho. Sozinho com seus casacos.
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Guia de estudo

Ecos do trovão

1. “Agora Bob podia escolher qualquer cor a qualquer hora e agradar a todos.”

A. Se te pedissem para escolher uma palavra para descrever o Bob, qual seria? Por que você escolheu essa palavra?
B. Por que às vezes somos tentados a agir como o Bob?

2. “Todos gostavam dele porque pensavam que ele era igual a eles.”

A. Por que gostamos das pessoas que se parecem conosco?
B. Qual é a grande armadilha escondida neste tipo de atitude?

3. “’Não é a aprovação delas que eu busco.’ Disse o homem.”

A. Quem este homem representa? Por que você acha isso?
B. Você busca a aprovação de quem? Por que?

4. “Eu estou aqui para mostrar às pessoas que elas não são obrigadas a agradar as outras. Estou aqui para falar a verdade.”

A. Você já sentiu que deveria agradar as pessoas? Se já, por que você se sentiu desta maneira?
B. Qual é a melhor maneira de nos lembrarmos que não temos o dever de agradar às pessoas?

Flashes de iluminação

1. Leia João 8:39-47.
39 Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fósseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.
40 Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto.
41 Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus.
42 Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.
43 Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.
44 Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.
45 Mas, porque vos digo a verdade, não me credes.
46 ¶ Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes?
47 Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.

A. Que verdade Jesus disse aos fariseus? Como eles reagiram?
B. Por que os fariseus não conseguiam acreditar em Jesus, se acordo com o versículo 47?

2. Leia Gálatas 4:16-18.
16 Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?
17 ¶ Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles.
18 É bom ser zeloso, mas sempre do bem, e não somente quando estou presente convosco.

A. Que pergunta Paulo faz no versículo 16? Como isso pode ser possível?
B. Por que Paulo fala a verdade a eles, de acordo com os versículos 17-18?

3. Leia Gálatas 1:10
10 ¶ Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.

A. Que pergunta Paulo faz aqui?
B. Que resposta ele dá para a sua pergunta? Qual é a sua lição para nós?

Um comentário:

Maristela disse...

É Tina, essa mensagem do Max nos mostra como somos e nos ajuda a entender o sacrifício de Jesus por nós, pq somos diferentes, procuramos agradar aos outros, mas ainda assim, há uma esperança, Jesus está Vivo! E podemos Nele sermos perdoados e largar nossos casacos, mesmo sabendo que estamos sujeitos a ouvir vários "Eca!".

Um forte abraço e que Deus continue te usando muitoooo! :)